sábado, agosto 26

Da gaveta II



É só giras...

Da gaveta I




Mesmo recomeçando, há coisas que descobrindo na gaveta durante a reciclagem, merecem ser guardadas. Vejam e revejam! Beijos!

Viagem ao mundo da comédia "bacoca"


Adivinhem quem vai estar a trabalhar com um elenco fantástico, numa produção divertidíssima, a estrear dia 12 de outubro no TNDM II?

Abençoado Deus! E ainda bem que o meu trabalho não é incógnito... :-)

Vai ser um fartote! A equipe são: Luís Rodrigues, Mário Alves, Rui Taveira, Tiago Batista e Paulo Matos; Maria Repas, Luisa Barriga, Rita Crespo (a substituir Ana Paula Almeida) e Helena Afonso. A encenação é do próprio Paulo Matos. Trata-se de uma reposição. A estréia foi no Teatro da Trindade em 2000. A música está a cargo da Capella Real.

Estou a divertir-me imenso e só vou no segundo ensaio. É fantástico o ambiente jovial e de cumplicidade que surgiu entre eles e mais fantástico ainda, como se manteve! O senão... Adivinhem quem é que tem de ter decorado a maior parte das deixas, desta opereta portuguesa do século XVIII de 3 horas de duração, para dia 1 de set?... E quem vai ter mais hora de ensaio de cena?... Mas isto não é queixume :-) Pelo contrário! E citando os irmãos Dupont e Dupont: E digo mais! E mais digo! Adoro trabalhar, no palco! Vai ser a minha primeira experiência teatral - não teatro-musical, não ópera - porque esta forma tem muito mais de falado do que cantado.

Já estou em pulgas!!

E claro, está: estão todos... convocados!

Novo início

Homenagem a quem revelou querer bem

Passei muito tempo a pensar que mudando-me o mundo mudaria comigo. De facto. A sensação de que tudo podemos se quisermos, nada é comparada com a fé.Fiz há pouco 30 anos. "agora é que são elas!", "vais ver que é nesta idade que nós realmente estamos no esplendor da existência", "ainda solteira?", etc... Ruído.Ruído... Pensamentos, palavras interiores que nos quebram, cegam, confundem ou levantam. Mas sempre interior. De que interessa o mundo se agora, chegada aos 30 (vejo com uma clareza, que aos poucos cresce, ilumina), talvez eu no fundo [bem no fundo] não queira pensar só em mim. O "mundo" no fundo é feito daquilo que nós projetamos: mal estar, egoísmo, alegria, confiança, ambição, serventia, vaidade, cansaço, etc... Nós, cada um de nós. As regras da sociedade existem apenas para ordenar essas projecções. No fundo vivemos centrados em nós próprios mesmo quando achamos que não.
O meu melhor dia de há 2 anos para cá foi o meu aniversário. Quem convidei para um primeiro encontro casual (café no centro, hora conveniente) foram pessoas que já não via há muito, pessoas que recentemente me comecei a relacionar com agrado e amigos. Apareceram para meu agrado, amigos.De 12 vieram 6 e uma surpresa. Desde então tenho me erguido, com determinação; para deixar a nuvem negra para trás; para finalmente olhar-me no espelho e dizer: eu sou...Em homenagem a quem quer bem, e me quis bem nesse dia e nos dias seguintes por telefone, vou mostrar sem medo quem sou e dizer que vos amo muito a todos mesmo aqueles que só recentemente conheci.Abençoados sejam e que tudo o que há de bom vos seja proporcionado!


Trazes, minha amiga,A idade da chuva,

junto contigo trazes 5 pomos de prata

A musa e meia

Cântaros e cântaros de Vermelho

Transitas dentro um Saturno Neptuno

Sopras rente a mim:] - El fuego, el ayre el viento...

Anon por enquanto

( Prenda de anos)


Sempre fui dada aos outros e crescia mais feliz assim do que ser dada aos meus desejos. E quando isso acontecia eram desejos de mudar a iniquidade deste mundo. Eu sempre sofri com o sofrimento alheio, com injustiças domésticas, familiares - minhas ou não - inclusivé com animais. Faz de mim, dentro do conceito de formação individual e cívica desta sociedade, neste século: sensível, demasiadamente boa pessoa, quiçá... com espírito de missionária samaritana. Refletamos: quem é que se entrega aos males do mundo? Organizações Não Governamentais com pessoas especializadas em àreas da ciência, estudos políticos e sociais; organizações religiosas. Leigos religiosos. Não sou religiosa, sou especializada em música. Mas a minha alma move-se tanto quanto essas pessoas. Como posso então sentir isso se não me enquadro nessas categorias?!... E de facto, não. Então se começar a cantar na rua a pregar a boa vontade entre os pares ou se sozinha for ajudando quem passa por mim? Sou louca, talvez até desempregada. Porque neste mundo de padrões ser-se são e sofrer pelo semelhante não são compatíveis. Eu acho o contrário! Assim como sei, desde criança, que algo mais existe para além do nosso mundo de 4 paredes e tive de esperar 30 anos para descobrir a verdade. E a verdade é que fomos feitos por uma única entidade que é Deus e a ele voltaremos. Que temos de facto um propósito nesta Terra e que é Ele que escolhe. Por muito que sejamos formatados para pensar que sozinhos tudo podemos, as contrariedades são passageiras, o conhecimento tudo constrói... somos feitos de barro e a nossa alma não consegue forçar o corpo para além dos seus limites (falo em alma que não é o espírito) mesmo quando foi o corpo a alimentar a alma com desejos. Eu sei, porque andei 5 anos a fazer isso mesmo e mesmo com teorias de auto-ajuda, com pesquisas sobre teorias religiosas místicas budistas (ou não) eu caí... E sofri muito. Por achar que era fraca, incapaz, fadada à pobreza do meu meio, fadada aos desamores. Quase achei que estava louca. E espantosamente a ajuda veio na minha direcção, porque orei como nunca tinha orado antes - (sim, já orei, apesar de quem me conhece saber que não sou baptizada e não confessar nenhuma crença em particular, porque tal como nós todos, fui levada a crer que nós somos deus de nosso destino) - mas não no momento quando eu achava que devia, porque nunca é. O nosso tempo não é o de Deus (frase esta em muitos filmes pouco dados à fé). Veio antes de eu pedir! Incrível, não?
Assim, dia 28 de maio converti-me à fé cristã, por mão de um colega que foi usado para servir de intermediário nesse momento fantástico, sem saber. E um mês depois, escolhi a congregação onde irei ser baptizada, que não é a mesma onde aceitei Cristo mas a primeira que me recebeu de braços abertos e sabia antes de mim que o meu coração iria finalmente abrir-se para Deus; e tudo aquilo que sentira desde criança, mas que por falta de coragem, entendimento e de pessoas que confiasse, não demonstrei.
O mais fantástico foi o que aprendi e tenho vindo a aprender desde então: Amor. 4 letras para uma palavra tão corriqueiramente usada. Amor é acima de tudo a verdadeira chave para a auto-confiança, determinação, felicidade, salvação. Se pegarem na palavra da religião budista é tal e qual. Não é só exagero cristão do século XX, não é algo que só se sente por um homem, uma mulher, um filho. É algo muito além disso! E as meditações transcendentais, iogas, tai-chi's, só fazem realmente bem quando ao esvaziarmos a mente não a esvaziamos para o nada, porque isso apenas serve de penso rápido... Meditação, sim, focada Naquele que nos quer realmente bem. Pedir-lhe conforto mas sabendo ouvir. Ele nunca estará connosco se queremos que venha mas não abrimos a porta. E para quem acredita mais no sobrenatural, Ele é sobrenatural. Pois foi sempre assim que soube. Eis porque igreja (edifício) católica alguma me dava conforto e não recebia qualquer resposta... Ele já não mora lá. A religião é de facto uma instituição, porque criou ortodoxias, rituais silábicos para serem decorados e não sentidos; e qualquer pessoa que nascesse com sentido no sobrenatural, virado para Deus era morta, ignorada, presa ou enclausurada até morrer e depois se dizer:"santa mulher" "santo homem". Mas já não podiam partilhar mais as suas experiências sobrenaturais.
E quem não é católico? É fundamentalista cristão, membro de seitas. Coisas incovenientes! Também pensava assim. E de facto muitas seitas são falsas por quem está à frente ter perdido o rumo. Eu tive a sorte de ser encaminhada para uma "seita" de pessoas maravilhosas, pobres, amorosas e crentes (que escolhi) e para outra mais rica em recursos com 50 anos de existência e de confiança. Porque o que interessa é a fé e o estudo da palavra (soou mesmo a evangélica, ahn?). Os primeiros cristãos eram membros de uma seita judaica que se tornou na principal religião do mundo nos dias de hoje. O que interessa?
Interessa apenas que encontrei a minha verdade. E sem me querer comparar a Paulo: se tiver de andar pelo mundo dos gentios, como gentia que sou e falar sobre isso, falarei. A quem me perguntar, responderei. Digo sem arrogância. Curioso... Já não faz sentido, para mim, a arrogância enquanto forma de defesa, nem o orgulho das coisas passadas; nem a necessidade de fazer e ganhar só para provar. Nem mesmo nos valores do mundo. Só nesta verdade que aos poucos me toma e me deixa feliz.
É assim que me tenho sentido, sabem? Feliz.
Não deixo de ser quem sou com tudo isto: o querer ser cantora profissional, de estar no palco, de trabalhar por isso; nem de estar com amigos e falar sobre futilidades; ler bons livros. Só já não tenho a mesma necessidade de comprar novos romances ou outro género, porque isso era para preencher um vazio, criar um mundo perfeito onde nada nos atingia. Não preciso disso. Mas continua a ser minha convicção de que o conhecimento e a cultura beneficiam muito qualquer pessoa! Estou é de facto a renascer - a preparar-me para renascer.
Do vento(sopro), do fogo(alma)... para a Àgua [do baptismo para uma nova vida].